17/11/2012

À conversa com Lobo Antunes


Ontem tive a oportunidade e o privilégio de ir ver a apresentação do novo livro de António Lobo Antunes, "Não é Meia Noite Quem Quer", que aconteceu na Livraria Arquivo, aqui em Leiria.
Não obstante nunca tenha lido nenhum dos seus livros (falha grave, eu sei, mas que será rapidamente colmatada, já que fiquei com vontade de ir lê-lo a correr), ouvi-lo é um prazer, pelo que sempre tentei assistir às (poucas) entrevistas que dava na televisão.
Ontem fiquei mais deliciada ainda, a ouvi-lo atentamente, qual criança que fica encantada com as histórias contadas pelo avô sábio e experiente (se Lobo Antunes lesse isto ia ficar muito irritado comigo porque ia-lhe mexer, concerteza, com o seu ego ainda muito viril).




Durante quase duas horas de conversa, Lobo Antunes falou dos pais e das filhas, da mãe das filhas - que morreu com cancro, dos prémios, do amargo que é por vezes ser conhecido, de escritores (tinha como grandes amigos, nomeadamente, Jorge Amado e José Cardoso Pires), das viagens, do cancro que o próprio teve há uns anos, do contexto em que cresceu, de momentos caricatos, enfim, de experiências e emoções expressadas de uma forma primorosa.
E depois vimos ainda o escritor a fumar num espaço privado, proibido para os restantes mortais: daqui se pode retirar a importância de alguém (para mim não foi nada bom porque fiquei com vontade de fazê-lo também).
Ainda bem que pude estar lá. Há momentos felizes!


"É bom quando o homem é suficientemente homem que não tem medo de ser mulher."

António Lobo Antunes
 

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