Cá por casa este período está a ser particularmente intenso no que às séries diz respeito: não bastava terem saído, nos últimos tempos, novas temporadas de 3 séries que sigo e adoro - The Handmaid's Tale, Stranger Things e La Casa de Papel –, como estamos a usufruir de 3 meses grátis de HBO, o que significa que andamos a ver séries a todo o vapor, para espremer a borla até à última gota.
Euphoria anda nas bocas do mundo, principalmente por ser sobre adolescentes mas, defendem a maioria dos pais, não para adolescentes.
É que esta série (muito viciante, estou a avisar) aborda dramas tais como violência psicológica, drogas, sexo, violação, pornografia, depressão, redes sociais e transexualidade, de uma forma crua e algo agressiva e, entendem os progenitores, isso é too much para os jovens.
Estou tentada a concordar com eles e, parece-me, só um adolescente com bastante maturidade é que vai perceber a mensagem de uma forma clara.
Ao contrário da Netflix - onde os episódios são lançados todos de uma vez, em jeito de empanturrem-se p’raí -, na HBO sai um por semana, e isso é muuuiiito chato porque a pissoa fica a ressacar. Não acho bem.
Aviámos num ápice Chernobyl (são apenas 5 episódios com cerca de 1 hora cada), e aconselho-vos a fazerem o mesmo: prende-nos ao ecrã desde o início (com nuances fabulosas como, por exemplo, o ruído dos dosímetros de radiação se transformar em banda sonora), os atores são do melhor, e é tão interessante quanto triste perceber o poder da desinformação.
Uma curiosidade: Chernobyl tornou-se a série mais bem classificada pelos utilizadores da página de cinema IMDB; o sucesso é tal que os especialistas dos guias de viagem Lonely Planet estimam que as reservas turísticas na região tenham aumentado 40% desde a estreia.
Im-per-dí-vel.
Por fim, andamos a ver também The Act, que conta a história verídica de Gypsy, uma miúda que, aos 19 anos, descobriu que não tem de andar de cadeira de rodas, não tem de se alimentar através de um tubo, nem tem todas as doenças que a mãe a fez acreditar que tinha, tais como asma, epilepsia, problemas de aprendizagem ou distrofia muscular.
A doente é sim Dee Dee, a mãe da pobre criatura, que sofria do síndrome de Münchhausen - uma doença que leva as pessoas a fingir, em si ou nos outros, doenças para chamar atenção ou simpatia sobre eles.
Como não é difícil perceber, esta história não vai acabar bem.
Às vezes, no decorrer de um episódio ou outro, dou comigo com vontade de partir a cara à Dee Dee (brilhantemente interpretada por uma irreconhecível Patricia Arquette), que me deixa com os nervitxos em franja. É que, ainda que as monstruosidades que ela fez à filha tenham justificação na sua doença, é muito difícil ter a capacidade para compreender e aceitá-lo.
Uma das razões por que o raio da série é tão dura é porque nos confronta com o facto de que há gente muito maluca por aí.
Adorei Chernobyl!
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The Act é assustador! E ainda mais por ser real
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