31/07/2020

| Novos tempos, novos hábitos |


Nos últimos dias tem vindo a discutir-se a forma como vai ocorrer a reabertura de bares e discotecas e acho muito bem. Está mais do que na hora disso acontecer - não consigo evitar pensar nos proprietários deste tipo de espaços, que devem estar a desesperar -, desde que sejam implementadas as medidas de segurança necessárias e, de resto, imprescindíveis.
Do que ouvi dizer, pelo menos na área de Lisboa a intenção é a de que estes espaços funcionem até às 20 horas, e este facto remeteu-me de imediato para as matinés da minha juventude, que tão bonitas foram. Daí saltei diretamente para a parte de imaginar os futuros estratagemas dos mais jovens para disfarçar perante a família, ao jantar, o copo que beberam a mais durante a tarde (comecem a pensar nisso, minha gente, quem vos avisa vossa amiga é).
Embora me pareça bem esta espécie de regresso a esta espécie de normalidade, a mim é que não me apanham tão cedo numa discoteca, até porque não me será possível dançar, que, assim de repete, é a única razão pela qual me vejo ir a uma discoteca.
Mas sinto falta de um pezinho de dança, isso sinto. Vai daí arranjei uma solução a que decidi chamar A ronda, e que consiste no seguinte: 
A pessoa vai ao shopping da sua área de residência, preferencialmente ao fim de semana, que está mais composto.
A pessoa faz um rali pelas lojas de fast fashion, deixando-se ficar em cada uma delas o tempo suficiente ver como está o som, enquanto dança de forma discreta. Se o som estiver a rasgar é pegar numa peça e ir ao vestiário, onde poderá dançar como se não houvesse amanhã longe de olhares alheios, o que pode ser verdadeiramente libertador.
Quando ligeiramente cansada, a pessoa pode fazer uma pausa e dirigir-se à Leitaria da Quinta do Paço para uma ou outra mini* e ainda aproveitar para dois dedos de conversa num ambiente mais intimista.
A pessoa volta para queimar os últimos cartuchos - por esta altura já sabe qual é a loja com o som mais potente e deixa-se por lá ficar -, enquanto espreita aquela malita mesmo gira ou experimenta uns stilettos vertiginosos.
Se se justificar, a pessoa compra um pechisbeque em saldos, em jeito de consumo mínimo.
A pessoa volta para casa um niquinho mais feliz.
  
*Se a Leitaria da Quinta do Paço não vender minis, é escolher um estabelecimento similar.

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