Há uns dias eu e o homem fomos ver o concerto que a banda brasileira O Terno deu em Lisboa (foi lindo, maravilhoso, mas não é sobre isso que quero falar).
No final do concerto acabámos por conhecer umas miúdas brasileiras, na casa dos 25 ou perto, que estão a viver no nosso país.
Falamos de música, da insegurança vivida no país irmão, de trivialidades, de Bolsonaro, de esperança também.
As miúdas estavam a dizer-nos que gostam de cá estar, sentem-se bem recebidas, mas há um mas. Confessou-nos uma delas que é lésbica e que, contrariamente do que sucede no Brasil, em que a homossexualidade é aceite, as pessoas são livres e podem demonstrar publicamente afetos, aqui já não é assim. Sentem-se olhadas de lado e, ainda por cima, quase não há locais gay friendly para mulheres.
Fiquei a pensar naquilo e verdadeiramente triste por elas, porque se há algo que me faz confusão é o facto das pessoas não poderem ser naturais em relação à coisa mais natural do mundo, que é o amor, devido à pequenez ou mesquinhez de mentes algo provincianas (atenção que estamos a falar da capital do país, não uma aldeia transmontana perdida no mapa onde mais facilmente aceitaria este tipo de intolerância).
E antes que pensem nisso, não, não sou defensora de ver pessoal na rua aos amassos, que quando isso sucede só penso get a room. Mas penso isso independentemente do sexo ou da orientação sexual, já que é uma questão de personalidade e atitude, e não uma característica dos gays.
Não obstante tenha deixado uma mensagem de tolerância e força às meninas, fi-lo com o coração algo apertado já que tenho perfeita consciência de que é muito mais fácil dizer do que fazer.
E muito depois de nos despedirmos delas, continuo a perguntar-me:
Não somos nós, europeus, cultos e informados? Não passamos a vida a criticar a América por ser uma nação mais básica do que nós?
Pois... parece que não.
Somos, se comparares com África e a maioria dos países Árabes somos super desenvolvidos e abertos.
ResponderEliminarPor exemplo, faço pole dance por desporto e no início o meu pai não gostava da ideia, mas foi vendo e foi apreciando o desporto como desporto.
Um amigo é Drag e diz que o único sítio onde consegue viver dessa arte, até porque ele segue uma vertente mais hard core, é na Holanda, mais propriamente Amesterdão, onde vivemos.
Confesso que pensava que já não havia problemas na aceitação da sexualidade de cada um…
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Concordo com a Graça Pires, pensava que já não havia essa discriminação cá em Portugal, até porque em comparação com o Brasil que está a regredir a olhos vistos, somos talvez antiquados mas ainda assim bastante respeitadores... na minha percepção heterossexual mas que tem pessoas bastante próximas homossexuais, mas óbvio que a nossa realidade não é a generalidade.
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