.backtotop { position: fixed; bottom: 20px; /* increase value to move position up */ right: 0px; /* increase value to move position left */ } .backtotop:hover { background-color: #333333; /* color of background on hover over */ color: #ffffff; /* color of text on hover over */ text-decoration: none; /* no underline */ bottom: 10px; /* increase value to move position up */ right: 0px; /* increase value to move position left */ padding: 10px; /* add space around the text */ } .jump-link { text-align:right; } .jump-link a { text-align:right; font-size:15px; padding:10px; border: 1px solid #000; background-color:#ccc; color:#000; font-weight:bold; } -->

16/03/2020

| Sim, defendo o direito à eutanásia |


Bem sei que as opiniões se dividem no que a este tema diz respeito, bem sei que há quem não compreenda a minha posição (sem surpresas, não consigo compreender a posição contrária), bem sei que há muitas dúvidas e muitos ses.
Agora que a poeira assentou um pouco, pareceu-me ser o momento certo para escrever sobre este tema tão delicado, e não posso começar de outra forma que não esta: que não restem dúvidas que as pessoas esclarecidas e equilibradas que defendem o direito à eutanásia estão a defender exatamente isso: que haja a possibilidade de escolha para quem esteja em posição de escolher.
Faço questão de deixar isso bem claro porque já ouvi e li tanta treta por aí - argumentos fáceis que ficam no ouvido de quem perde mais tempo a mandar uns bitaites para o ar do que a tentar saber a razão das coisas -, que acho por bem deixar o esclarecimento.
Não, os defensores da eutanásia não querem ver-se livres dos velhinhos porque estes são uns empecilhos, não, os defensores da eutanásia não dão mais valor aos animaizinhos do que às pessoas, não os defensores da eutanásia não defendem a eutanásia. Defendem somente que seja concedido  às pessoas o direito de escolher. Tão simples quanto isto.
Também como já li e ouvi, não vai começar meio mundo a matar-se porque passamos a permiti-lo, nem tão pouco estamos a transformar respeitados profissionais de saúde em serial killers. Utilizar este tipo de argumentação não só é triste como demonstra ignorância; se é para discutir coisas sérias convém que se utilizem argumentos sérios, o que, no meu caso, passou por ir ler o respetivo projeto de lei. 
Acho que já o escrevi por aqui, se há coisa que me assusta é ficar dependente de algo - uma cama? - ou de alguém. Consequentemente, percebo quem, numa situação extrema, não consiga lidar com isso - ou não queira lidar com isso -, e reconheço-lhe o direito a poder morrer com toda a dignidade do mundo.
Então e qualquer pessoa que lide mal, como eu, com a dependência  total de outros, pode escolher morrer?
Não. O projeto de lei diz que a antecipação da morte tem de ocorrer por decisão da própria pessoa, maior, em situação de sofrimento extremo, com lesão definitiva ou doença incurável e fatal, sendo que essa decisão é revogável a todo o tempo. 
E se uma pessoa que não esteja muito bem da cabeça decidir pôr termo à vida? 
Se os médicos que acompanham o doente (um médico orientador e um médico especialista) tiverem dúvidas sobre sua a capacidade para solicitar a antecipação da sua morte, ou verificarem que o mesmo sofre de alguma perturbação psíquica que afeta a sua capacidade em tomar decisões, será elaborado um parecer escrito por um especialista em psiquiatria, sendo o procedimento cancelado.
Então e agora os profissionais de saúde são obrigados a matar contra a sua vontade? Evidentemente que não. Do mesmo projeto de lei resulta que Nenhum profissional de saúde pode ser obrigado a praticar ou ajudar ao ato de antecipação da morte de um doente se, por motivos clínicos, éticos ou de qualquer outra natureza, entender não o dever fazer, sendo assegurado o direito à objeção de consciência a todos que o invoquem.
O que significa, digo eu, que vão intervir neste processo pessoas que com ele concordam e que acreditam estar a ajudar o outro (para quem não consiga imaginar tal cenário, aconselho o excelente filme Mar Adentro, de 2004 mas totalmente atual; talvez fiquem com umas luzes).
Agora que deixei aqui uma espécie de Eutanásia para Totós, estou aberta a uma discussão séria e esclarecida sobre a questão, de forma a que possamos todos sair daqui a ganhar. Pode ser?

5 comentários:

Beatriz Sousa disse...

Também sou a favor da eutanásia!

Graça Pires disse...

É uma matéria tão sensível…
Um bom texto para reflexão.
Uma boa semana.
Um beijo.

" R y k @ r d o " disse...

É uma matéria, cuja discussão nunca acabará. Nunca se chegará a um consenso sobre uma decisão final. Haverá sempre quem concorde e quem discorde. Sem dúvida uma matéria muito sensível ao pensamento do ser humano. Eu não sei sinceramente o que pensar e/ou como decidiria caso fosse "obrigado" a isso..
.
Feliz semana seja de trabalho ou de laser.

Jessy disse...

tambem sou a favor mas acredito que cada caso é um caso e que tem que ser muito bem monitorizado e estudado. so assim, seria possível..

stay safe!!
https://dorky-and-weird.blogspot.com/
Beijinhos Jessy

Love Adventure Happiness disse...

A falta de informação leva a afirmações ignorantes... Na Holanda a eutanásia é legal há muito tempo, o pai de uma colega era um dos médicos que o fazia, dizia ser difícil e todas as decisões eram extremamentes bem ponderadas...