Estava para escrever uma crónica sobre o Tinder mas hoje lembrei-me, não sei a que propósito, de um Carnaval de há muitos anos que me ficou na memória, e decidi compartilhar convosco.
Andei a fazer uma pesquisa rápida no Google e acho que isto se passou há 14 anos. God, que violência!
Então foi assim:
Tinha passado há pouco tempo na televisão um reality show chamado Acorrentados (a Wikipédia diz que foi o primeiro reality show que passou na tv portuguesa), em que os concorrentes, durante uma semana, tiveram de andar acorrentados 24 sobre 24 horas.
Ora, alguém se lembrou de que seria giro no Carnaval irmos mascarados de Acorrentados e fomos pr'aí uns dez a aceitar, porque achamos a ideia giríssima e muito divertida.
Já não me lembro quem mandou fazer uma corrente enorme de plástico, dividida por pulseiras de pele, absolutamente desmontável (não sei quem foi o engenheiro mas aquilo estava bem feito) e, depois de jantar, fomos para o bar (dançante) da terra. À entrada mascaramo-nos, que é o mesmo que dizer que nos acorrentamos, e ala que se faz tarde.
Os primeiros 20 minutos foram ótimos! Fomos ao balcão tomar café e fumar um cigarro (o balcão era muito comprido, pelo que deu para todos nós nos encaixarmos), pedimos bebidas e fomos dar a volta de reconhecimento. Tudo muito bem!
O problema é que as pessoas da minha terra (Fiães, para quem não sabe, uma pequenina cidade que fica a 26 kms do Porto) comem bem e bebem ainda melhor. Mais ainda naquela altura, em que éramos teenagers inconscientes (alguns de nós ainda somos).
Ora, o vinho do jantar começou a bater, potenciado pelo que íamos bebendo e, sem darmos por isso, instalou-se a confusão total entre os Acorrentados.
Começou com alguém a querer ir à casa de banho, ao que os outros responderam em uníssono, hey, aguenta mais um bocado!
A partir daqui foi sempre a descer: um queria ir ao bar, outro queria ir dançar, outro precisava de comprar tabaco, outro queria ir cumprimentar não sei quem, and so on, and so on.
Não foi preciso 1 hora para nos apercebemos de que a nossa máscara coletiva era um desastre e decidimos separar-nos.
No entanto, alguns de nós mantiveram-se acorrentados aos pares e andamos a noite toda assim. E quando nos encontrávamos com outro par de acorrentados fazíamos um alarido descomunal, do género que fazem as pessoas que bebem. Vocês estão a ver.
O grande contra deste disfarce coletivo? Ninguém se ter lembrado das consequências práticas.
O grande pró deste disfarce coletivo? Ninguém se ter lembrado das consequências práticas.
E, a brincar, a brincar, foi o Carnaval mais divertido da minha vida! :)