Já por várias vezes tinha pegado nele nas livrarias e sabia que, mais dia menos dia, ia lê-lo. Quer dizer, sendo eu uma consumidora de muito rock'n'roll, fã assumida dos Stones e leitora compulsiva, não podia ser outro o resultado, certo? Fui-lhe resistindo durante uns tempos, principalmente porque andava a ler outras coisas. No entanto, este toca e foge acabou quando vi que na Fnac só existia um exemplar, unzinho só, e a ideia de voltar lá e não o encontrar e ter de esperar até poder comprá-lo fez-me pegar nele em menos de nada, antes que alguma alma de raciocínio rápido pegasse nele mais cedo do que eu.
Este 'Life', um tijolo de 574 páginas, lê-se a correr, mas não ao ritmo que parece acontecer a vida de Keith, um homem que passou por tantas peripécias que é difícil de acreditar que continua vivo.
De uma honestidade desarmante, o guitarrista fala-nos, sem pudor, das drogas e do álcool, que sempre andaram de mão dada com ele, da sua relação de amor-ódio com Mick Jagger, da paixão desalmada que tem pela guitarra e de tantas outras coisas.
No final fica-se com a sensação de conhecer de perto o homem, mais do que a rock star. E o homem é muitíssimo inteligente (talvez isso explique porque é que sobreviveu), verdadeiramente amigo do seu amigo e um rebelde sem idade.
Muito, muito bom.