Sendo utilizadora do Tinder há já uns meses, posso afirmar que é muito difícil encontrar por lá homens de jeito ou, no mínimo, que estejam na mesma onda do que nós.
Muito homem à procura de sexo, muito homem que não sabe escrever, muito homem que não sabe pensar, as hipóteses de se conhecer alguém interessante são muito, muito remotas.
Felizmente que há sempre excepcões e, no meio daquela miscelânea toda, conheci três pessoas (virtualmente) que quase considero como amigos.
Uma dessas pessoas é o Domingos.
Já nos 'correspondemos' há bastante tempo, e foi com ele que me aconteceu uma das gaffes mais inusitadas e divertidas da minha vida, razão pela qual a vou partilhar (especialmente com as leitoras deste blog, para que aprendam algo e não repitam os meus erros).
Já havia um tempo que falava com o Domingos quando desapareci dos contactos dele, ou seja, só lhe aparecia quando lhe dizia alguma coisa (sim, porque no Tinder também acontecem bugs, nada de novo).
Foi aí que decidimos trocar números de telemóvel, para começarmos a falar via Whatsapp (neste ponto é importante referir que, ao contrário do Tinder, que só permite partilhar mensagens de texto e gifs, o Whatsapp permite a partilha de gifs, mensagens audio, fotos e vídeos).
Ora, como temos o mesmo (bom) gosto musical, começamos a partilhar músicas ou bandas de que gostamos.
Um dia mandei-lhe uma música da minha banda portuguesa preferida, que já não existe (buáááá), os deliciosos Ornatos Violeta, de quem, por acaso, o Domingos também é grande fã (faço aqui um parêntesis para um apelo público: voltem Ornatos, sentimos a vossa falta).
E que música é que partilhei? Uma que se chama Marta, lógico (*)!
Ora, pela resposta do Domingos, percebi que ele ficou algo ressabiado (eu também ficava, em condições similares, do género como é que a minha banda preferida não tem uma música com o meu nome?).
Assim sendo, do que é que esta mente brilhante se lembrou?
Vou ao Youtube, deve haver uma música que se chame Domingos. E assim fiz.
Após uma pesquisa mega rápida, à gaja, decidi partilhar a única música que encontrei (só havia entrevistas e notícias com esse nome), com o seguinte título: Alexandre Nero e Mosca - Domingos (ao vivo).
Não conheço estes personagens de lado nenhum mas, assim que ouvi os primeiros acordes, concluí que era uma música romântica de novela brasileira, e aqui vai disto: Domingos, também tens direito a uma música dedicada a ti.
Logo depois de a ter partilhado, começo a ouvir a letra (Vamo' ter um filho, vamos escolher o nome dele, deixa eu te alegrar quando você 'tiver triste, deixa eu te ninar quando você 'tiver cansada) e pensei: alto lá, não era bem isto que eu queria, não vamos ter logo assim um filho!
Mas logo a seguir pensei: ok, Marta, isto é uma música romântica, a seguir ao filho vem o alegrar-te quando estás triste, nada de mais, certo?
Errado. Muito errado. Ninguém me preparou para o que vinha a seguir.
Para ouvirem a música (à primeira audição aparentemente inofensiva) que enviei ao Domingos, basta clicar aqui.
Quando me apercebi da real dimensão da coisa, fui a correr feita galinha sem cabeça para o Watsapp para tentar evitar um mal maior, mas já não havia nada a fazer. Ainda disse ao Domingos para ignorar aquela partilha, mas ele não me ligou grande coisa.
Que esta crónica vos sirva de lição: calma e ponderação são características, mais do que apreciadas, necessárias: não ajam impulsivamente como eu porque vai dar merda!
Neste caso, e como o Domingos já me conhecia um bocadinho, não veio mal nenhum ao mundo, mas podia ser pior. :)
(*) Basta irem ao Youtube, ela está lá, linda e maravilhosa.