| Crónicas da vida airada (ou não) #17 |

Quando vos falei a primeira vez sobre o Tinder expliquei que se me aparecesse alguém que eu tivesse interesse em conhecer deslizava o dedo em cima da foto dessa pessoa para a direita, se não para a esquerda.

Mas há uma outra possibilidade ainda: se deslizar o dedo sobre a foto para cima estou a dar a essa pessoa um Super Like, que significa algo como és mesmo giro pá ou quero muuiiitooo encetar conversações contigo (isto, claro, é a minha visão, porque acho que quando os homens fazem um Super Like querem dizer és boa como o milho ou quero saltar-te para cima em menos de nada).

Não sou gaja de andar a distribuir Super Likes por aí, que normalmente as pessoas têm muitos senãos para tanta generosidade, e os únicos que fiz foram por engano. 

Passo a explicar:

O meu smartphone anterior tinha várias paradinhas, ou seja, volta e meia bloqueava e, se isso acontecia quando estava no Tinder, a tendência é deslizar o dedo para tentar sair dali (sou uma gaja com pouca paciência, portanto).

Ora, durante esses bloqueios, fiz Super Likes sem querer.

E quais são as conclusões que retiro dessa ação?

Todos os Super Likes que fiz foram a moços que não tinha interesse nenhum em conhecer, ora porque não faziam minimamente o meu estilo, ora porque tinham frases feitas de perfil de bradar aos céus, ora porque sim.

O último Super Like que fiz foi no verão passado, a um homem que, imagino, estaria de férias relativamente próximo de mim, já que não era português. Passados dois ou três dias recebo uma mensagem do rapaz a dizer algo como: Oohh, estou tão feliz! É o primeiro Super Like que recebo! 😀

Obviamente não respondi (como já expliquei, não sou certeira nessa área) e depois acabei por eliminá-lo dos meus contactos.

Não sei, por isso, se ele voltou a tentar contactar-me, com certeza para saber se aquele Super Like dava direito a privilégios especiais. Mas tenho esperança que não, que tenha regressado à sua vidinha e que continue a acreditar que é um gajo com um quelque chose especial (sim, é muito comum o espírito de Natal baixar em mim).