.backtotop { position: fixed; bottom: 20px; /* increase value to move position up */ right: 0px; /* increase value to move position left */ } .backtotop:hover { background-color: #333333; /* color of background on hover over */ color: #ffffff; /* color of text on hover over */ text-decoration: none; /* no underline */ bottom: 10px; /* increase value to move position up */ right: 0px; /* increase value to move position left */ padding: 10px; /* add space around the text */ } .jump-link { text-align:right; } .jump-link a { text-align:right; font-size:15px; padding:10px; border: 1px solid #000; background-color:#ccc; color:#000; font-weight:bold; } -->

22/04/2020

| The pandemic effects |


Tira-me do sério este meia-leca de vírus que decidiu aparecer e virar do avesso - o mal-educado - a vida de todos nós. Só isso seria razão para não escrever este texto - para não lhe dar importância -, mas a verdade é que me apetece fazê-lo (engolindo, assim, esta espécie de orgulho), porque o meio-leca está cá, tipo elefante-debaixo-do-tapete-da-sala que não tenho (nem o tapete, nem o elefante), e hoje é um daqueles dias em que estou tão furiosa com ele que só me apetece mandá-lo para o caralhinho. Para o caralhinho o caralhinho, só me apetece é mandá-lo  para o caralho.
Estou furiosa porque não sei quando é que o meia-leca vai à vidinha, estou furiosa porque estou aborrecida, estou furiosa porque esta é uma guerra injusta e inglória, estou furiosa porque adoro a liberdade, estou furiosa porque sou uma mulher de toque e de abraços, de mar e de passeios. Para o caralho!
Nem tudo tem sido mau nestes dias caseiros, é certo: vejo séries e outras coisas das quais gosto, tenho bebido montes de chá (eu, que nunca fui gaja de chá), aproveito o sol que bate na varanda, leio, interajo com os amigos via redes sociais, namoro quando apetece, tenho descoberto o belo vale verde que existe mesmo aqui à frente, tiro milhentas fotografias; como gomas sem culpa, questiono muito, o meu cérebro não para de carburar, voltei ao yoga e não só, e só espero nunca mais parar.
Mas não sei quando vou aonde nem porquê, e esta indecisão deixa-me frustrada e castrada, não sei quantas pessoas ainda vão morrer, não sei como é que vamos reagir quando começarmos a sair, (devagar, como coelhos - desconfiados - a abandonar as tocas). São muitos não-sei para a minha cabeça (logo eu, que gosto de perceber e de analisar tudo) e isso deixa-me também furiosa, com muita vontade de mandar o meia-leca para o caralho. Para o caralho!
Bem sei que amanhã estarei melhor, talvez com mais querer e, se calhar, um pouquinho mais de fé. Mas hoje não.
Por isso, para ti, vírus de merda, caralho já.

3 comentários:

Sofia disse...

Por aqui tem sido esse o sentiment na maioria dos dias...

Graça Pires disse...

O tempo desta angústia há-de passar. Precisamos de coragem, paciência e muita esperança.
Um bom fim de semana com muita saúde.
Um beijo.

carola disse...

Esse é o meu estado de espírito. Todo o santo dia.