| O efeito Conan Osiris |

Há dias escrevi por aqui que tinha vontade de escangalhar os queixos a quem dizia que Telemóveis primeiro se estranha e depois se entranha, e muita gente interpretou isso como eu não gostando da música. Mas não foi isso que quis dizer (quando o escrevi, a música não me aquecia nem arrefecia), queria dizer exatamente o que disse: que já estava fartinha de que utilizassem e banalizassem ainda mais a expressão primeiro se estranha e depois se entranha.

Vi, este fim de semana, o Festival da Canção, e foi nesse momento que me vi obrigada a reconhecer que gosto de Telemóveis. 

Para contextualizar, informo que não gosto de Conan Osiris, musicalmente falando, claro. O ano passado ele esteve no Bons Sons e eu e o homem aguentámos 15 minutos de concerto, não deu para mais (ao invés, amo o bailarino do Conan, que o homem se mexe como ninguém).

Voltando ao festival, e como já referi, gosto de Telemóveis. Adoro Telemóveis. É diferente, uma lufada de ar fresco que me dá vontade de dançar aos saltos como se não houvesse amanhã. Fiquei, por isso, feliz por o particular Conan ser o nosso representante e não me surpreende se, por causa dele, fizermos a dobradinha. 

O que me continua a surpreender é o odiozinho e mesquinhez que corre nas redes sociais a propósito deste facto, a fazer lembrar-me muito a situação-Sobral.

É que quem não gosta não se basta em afirmá-lo, é antes extremamente rude e mal educado com Conan (e o seu companheiro de palco) e ainda com quem gosta, esse bando de energúmenos que não percebe nada de música que ridiculariza e envergonha Portugal.

Para esses tenho umas palavras: o que nos envergonha é essa intolerância e incapacidade de lidar com a diferença, é esse destilar de má onda e falta de caráter. Isso é que de envergonhar.

E por aqui me fico, que estou convencida que lá para maio o Conan vos cala.