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02/05/2019

| Girls' World |

Imagem: magg.pt

Até ao próximo dia 11 de maio está patente na Pineapple Gallery (que se situa no Reino Unido, concretamente em Bishop Auckland, a cerca de duas horas e meia de carro de Manchester) a exposição Girls’ World.
E o que é que esta exposição tem de especial?
O facto de retratar situações de violência doméstica exercida contra mulheres e crianças. Com Barbies. Sendo que as mesmas aparecem a ser agredidas, abusadas sexualmente ou até a cometerem suicídio.
Forte?
Sem dúvida.
Fantasioso?
Nem por isso (infelizmente, todos sabemos isso).

O curioso é que 8 foram os dias que a exposição se aguentou na montra da galeria, tendo entretanto sido mudada para o seu interior, devido às várias queixas recebidas (muitas das quais, segundo um comunicado da Pineapple Gallery, vieram de pessoas que não leram as informações que acompanham as imagens, o que seria primordial para perceber o seu contexto).
Entretanto a autora, Lidia, Lidia, veio desculpar-se perante aqueles que consideram o seu trabalho desconfortável e acharam desnecessário que o mesmo fosse exibido na montra do estabelecimento, tendo afirmado estar ciente de que o seu trabalho é '(...) provocativo e às vezes perturbador, mas acredito fortemente que a arte hoje em dia é uma das ferramentas mais poderosas para moldar uma sociedade justa e igualitária'.
Não consigo perceber qual o motivo de todo este sururu, se todos sabemos (quem não sabe é porque não quer ver) que a violência doméstica existe e é feia e é forte.
Se a desculpa são as crianças, que ao verem estas imagens incómodas podem questionar o que é que se passa ali, o ideal será explicar-lhes do que é que se trata. Aliás, parece-me que esta espécie de confronto é perfeito para lhes chamar a atenção para esta realidade, até porque quanto mais cedo souberem disso mais cedo têm consciência da mesma. Estarei errada?
E não me venham com o discurso da exposição ser demasiado violenta para os mais pequenos porque eles estão fartos de levar com isso (também) em casa - os filmes e os blocos noticiosos são pródigos na matéria -, e quase toda a gente se está a cagar para isso.
O que me parece ser o grande problema dos queixosos é que as imagens lhes recordam que a violência vive perto.
E isso é chato. É chato, é inconveniente, tão bem que a pessoa ia ali na sua vidinha e agora lembraram-na que há situações fodidas em que mulheres levam umas chapadas ou são violadas porque estavam mesmo a pedi-las, que maçada, e agora (e durante os próximos 5 minutos) não consegue tapar o sol com a peneira e fingir que isso está tão longínquo quanto as criancinhas com fome em África, e pronto, já lhe estragaram o dia, que estava tão calmo, que estava tão bom.  
Estarei errada?

3 comentários:

Love Adventure Happiness disse...

Não podia estar mais de acordo contigo! Ela retirou da montra porque foi fraca e cedeu ao politicamente correcto. A ideia é genial e usa objectos da nossa infância, talvez por isso choque ainda mais. Sim, vai estragar o dia, não sabes que se ouve a vizinha ser agredida semana sim semana sim mas não se faz nada porque "entre marido e mulher não se mete a colher"?!
Também concordo que, se calhar, era uma boa altura para explicar às crianças o que se estava a passar, que é errado e que estas situações devem ser denunciadas.

Vânia Calado disse...

As pessoas deviam estar preocupadas em resolver este problema que parece estar a piorar de dia para dia e não a esconder e a fingir que não existe. E deviam alertar as crianças para que percebam que nada daquilo deve acontecer, que aquilo não é normal. Mas fingir que não existe é mais fácil.

Graça Pires disse...

Uma exposição que vem ao encontro das nossas inquietações. Um tema muito actual.
Um beijo.