(Desculpem se o título é direto comó raio mas se há algo que detesto é substituir o verbo morrer por falecer, numa tentativa de amenizar o que não é amenizável. A morte é a morte e não é uma expressão mais subtil que suaviza a coisa).
Tinha-vos explicado aqui, tão bem quanto consegui, o problema cardíaco da minha gatinha. Infelizmente ela não durou tanto quanto eu esperava e acabou por morrer. Pior (ou melhor, não sei) foi eutanasiada, está prestes a fazer 1 mês.
Os comprimidos que ela tomava não estavam a fazer efeito - mesmo após termos aumentado as doses -, nas duas últimas semanas parou de comer (alimentava-a com uma seringa) e, dois internamentos depois, decidi que tinha de deixá-la ir.
Os últimos tempos estavam a ser uma tortura, estava cada vez mais magra e mais quietinha e custou-me muito ver a minha pequenita – outrora muito mexida e brincalhona - a desaparecer.
Fiz - com muita dor e alguma coragem – o que achei que tinha de ser feito, caso contrário seria uma questão de dias a vê-la definhar.
Chorei muito (por vezes ainda choro), nas primeiras duas semanas entrava em casa com a sensação de que ela me ia buscar à porta, mas tenho-me agarrado às memórias maravilhosas que aquele bichinho me proporcionou durante 9 anos e ao facto de ter a certeza de que ela foi uma gatinha muito feliz. E que me fez muito feliz.
Recordo com um carinho especial dois episódios:
1. Uma vez estava em casa a contar ao meu namorado da altura, encostada ao balcão da cozinha, um episódio triste que tinha acontecido no trabalho. Enquanto falava com ele estava a chorar.
A Maria saltou para o balcão e colocou-se de pé, uma patita nas minhas costas, para se segurar, a outra a dar-me mimos no ombro, do género não estejas triste, eu estou aqui.
2. Não consigo evitar sorrir quando me lembro do dia em que a apanhámos debaixo da cama a comer, deliciada, um bife que tinha acabado de roubar da frigideira (sim, o fogão estava ligado). 😊
E é com uma ternura gigante que relembro a forma como dormimos durante anos e anos (lá em casa éramos só as duas), nada mais, nada menos do que em conchinha: quando ia dormir deitava-me de lado, a Maria encostava o dorso à minha barriga, pousava a cabeça no meu braço e eu abraçava-a com o braço livre. Maravilhoso, não é?
E se custa muito tê-la perdido, a verdade é que essa dor é sinónimo de uma incomensurável gratidão.
Até sempre minha Mary.
10 comentários:
É tão triste. Vai-se "algo de nós" é assim que penso :( Lamento :(
Hoje... Quimera sem retorno.
Bjos
Votos de uma óptima Segunda-Feira
:'(
Os meus sentimentos, Marta.
Emocionei-me ao ler o teu texto. Também tenho episódios assim. Aliás, tenho um identico: já por algumas vezes que estou com o meu gato no sofá, começo a chorar por algum motivo, e ele começa a olhar para mim, como que a perceber e põe a patinha várias vezes na minha mão...
Os animais são maravilhosos. ❤
Oh Marta...um grande abraço. Grande mesmo. Sei que dói, principalmente quando são tão próximos, e só pensar nisso faz-me temer o dia em que serão os meus patudinhos - infelizmente o tempo passa tão rápido para eles...resta-nos a certeza de que fizemos tudo para que eles fossem, e sejam, felizes. E que isso ajude a consolar - isso e as boas memórias. Um beijo!
amiga força e mta coragem pois nao é facil perder alguem que gostamos seja ele quem seja um animal ou outro bjs coraguem
Que tristeza Marta, sinto muito mesmo. :(
Os meus sentimentos…
bjns
Ohhhhhhhh Marta , infelizmente sei o que isso é:( tão triste mesmo. Para mim a perda de um animal é como se fosse uma pessoa.
Olha, coragem e se achas que fizeste o certo, ela estará bem e tu, tenta não pensar muito, não é fácil, eu sei, mas a vida é assim mesmo.
Coragem
Beijinhos
Como eu entendo... o melhor é arranjar outra gatinha :)
Um beijinho muito grande
Fazem parte da família, quando morrem, perde-se um pouco de nós. Sinto o mesmo pelos animais selvagens, que já se contam pelos dedos.
Quando passares por cá, ofereço-te um canário.
Bjs.
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