| As velas que a Elisabete me trouxe de Leiria |

Saí de Leiria há cerca de 8 meses e, não posso afirmar o contrário, não tenho quaisquer saudades da cidade.

Foi um local que não me deixou grandes recordações, com o qual nunca simpatizei particularmente e onde não me consegui integrar, não obstante seja muito sociável (e que falta senti de socializar por ali). Tem uma aura meia estranha que não me agrada e que nunca consegui perceber bem, mas isso agora não interessa nada.

De Leiria sinto falta das amigas que por lá fiz, poucas mas boas como se quer (felizmente hoje em dia há formas de colmatar a distância e senti-las mais perto, não é menina Whatsapp?).

Elas sabem bem desta minha pequena aversão a Leiria, e costumo brincar com elas dizendo que só sinto falta das velas que costumava comprar numa loja que fica bem perto da minha antiga casa (e sinto mesmo).

E isto porque elas – raridade boa - queimam até ao fim, deixam aroma no ar e custavam-me 1€, o que é que há para não gostar?

Na semana que passou consegui marcar um lanche em Lisboa com a Elisabete, que não via desde que me mudei.

Ao contrário de mim, que sou uma desnaturada, ela trouxe-me um mimo: nada mais, nada menos do que sete (sete!) velas dessas, todas de diferentes cores e aromas. 

Quando olhei para elas até me emocionei um bocadinho e pensei, com os meus botões, que era impossível ela ter-me oferecido um presente melhor.

Agradeci-lhe muito mas não lhe disse que quem tem amigas assim tem tudo. Não o disse mas escrevo-o, que sei que ela vai ler. 

Não é só por causa das velas que o digo; é que, embora já não estivéssemos cara a cara há meses, assim que nos encontramos parecia que tínhamos estado juntas no dia anterior. E isso é um barómetro fidedigno da amizade que há entre nós.

Por isso, obrigada minha querida Elisabete. Quem tem amigas assim tem tudo.