Ia escrever sobre um assunto que mexeu especialmente comigo nos últimos dias mas a realidade nacional é tão pródiga em acontecimentos parvos que me vejo obrigada a escrever sobre dois.
Sem demoras nem rufares de tambores - são espetáculos tristes -, vamos a eles.
No final da semana que passou saíu uma notícia a dar conta de que a Câmara de Pampilhosa da Serra, que pertence ao distrito de Coimbra, alertou a população contra possíveis burlões já que, depois da mais recente tragédia incendiária que ocorreu (também) na zona, a GNR detetou a presença de pessoas nas aldeias do concelho, fazendo-se passar por funcionários da EDP, do município ou familiares das vítimas, com o intuito de burlar quem caia na cantilena.
Se estas situações já me chocam quando não há antecedentes - principalmente porque os burlados são, regra geral, velhinhos dedicados ao trabalho e sem grande ligação ao 'mundo exterior' -, este caso mexeu ainda mais comigo pelo seu contexto.
Além de me revoltar o facto de existirem pessoas a tentar aldrabar quem já perdeu tudo (ou quase), o que já é motivo mais do que suficiente para sentir um odiozinho de estimação por estes espertalhões, o que me deixa os nervos esfrangalhados é o facto destes cabrões aproveitarem o desespero e desnorte daqueles que acabaram de viver um acontecimento terrível para os lixar um bocadinho mais, e tudo por causa de dinheiro. Sempre a merda da dinheiro.
Será possível descer mais baixo?
Escreveu o juiz que (...) 'Este caso está longe de ter a gravidade com que, geralmente, se apresentam os casos de maus tratos no quadro da violência doméstica.
Por outro lado, a conduta do arguido ocorreu num contexto de adultério praticado pela assistente.
Ora, o adultério da mulher é um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem.
Sociedades existem em que a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte.
Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte.
Ainda não foi há muito tempo que a lei penal (Código Penal de 1886, artigo 372.º) punia com uma pena pouco mais que simbólica o homem que, achando sua mulher em adultério, nesse acto a matasse.
Com estas referências pretende-se, apenas, acentuar que o adultério da mulher é uma conduta que a sociedade sempre condenou e condena fortemente (e são as mulheres honestas as primeiras a estigmatizar as adúlteras) e por isso vê com alguma compreensão a violência exercida pelo homem traído, vexado e humilhado pela mulher.
Foi a deslealdade e a imoralidade sexual da assistente que fez o arguido X cair em profunda depressão e foi nesse estado depressivo e toldado pela revolta que praticou o acto de agressão, como bem se considerou na sentença recorrida' (...).
Muito já se disse e escreveu sobre este caso (e acho bem que este chorrilho de imbecilidades não caia no esquecimento ao fim de duas semanas), e não tenho muito mais a acrescentar ao que tem sido dito: é vergonhoso um juiz escrever este tipo de barbaridades, fazer juízos de valor e menções à Bíblia, legitimando a violência sobre as mulheres porque elas não foram meninas boas. Ponto.
Mas há um outro aspeto que não tem sido tão discutido e, parece-me, não pode nem deve passar despercebido: é que o acórdão em questão foi também assinado pela Juíza Desembargadora Maria Luísa Arantes, e das duas uma: ou a Sr.ª Dótora assinou ainda que discordasse do seu teor, o que não abona muito a favor do seu caráter nem do seu profissionalismo ou, então, a mulher concorda com as pérolas do Neto de Moura, o que ainda é pior.
Pensando bem, há ainda uma terceira opção, que explicaria muita coisa: será que estes juízes têm um caso e a senhora assinou de cruz com medo de levar na tromba?
Fica a dúvida no ar.
Sem demoras nem rufares de tambores - são espetáculos tristes -, vamos a eles.
No final da semana que passou saíu uma notícia a dar conta de que a Câmara de Pampilhosa da Serra, que pertence ao distrito de Coimbra, alertou a população contra possíveis burlões já que, depois da mais recente tragédia incendiária que ocorreu (também) na zona, a GNR detetou a presença de pessoas nas aldeias do concelho, fazendo-se passar por funcionários da EDP, do município ou familiares das vítimas, com o intuito de burlar quem caia na cantilena.
Se estas situações já me chocam quando não há antecedentes - principalmente porque os burlados são, regra geral, velhinhos dedicados ao trabalho e sem grande ligação ao 'mundo exterior' -, este caso mexeu ainda mais comigo pelo seu contexto.
Além de me revoltar o facto de existirem pessoas a tentar aldrabar quem já perdeu tudo (ou quase), o que já é motivo mais do que suficiente para sentir um odiozinho de estimação por estes espertalhões, o que me deixa os nervos esfrangalhados é o facto destes cabrões aproveitarem o desespero e desnorte daqueles que acabaram de viver um acontecimento terrível para os lixar um bocadinho mais, e tudo por causa de dinheiro. Sempre a merda da dinheiro.
Será possível descer mais baixo?
2. O estranho caso do juiz que bate muito mal da tola
A notícia anda por todo o lado: resumidamente, um acórdão do Tribunal da Relação do Porto, escrito pelo relator, o Juiz Desembargador Neto de Moura, confirmou a decisão do Tribunal de Felgueiras, que havia condenado a pena suspensa dois homens que agrediram uma mulher - concretamente o ex-marido e o homem com quem aquela o traiu -, utilizando para o efeito uma 'moca' com pregos (um acessório muito peculiar, que se é para bater que seja ao estilo d'As cinquenta sombras de Grey em versão caseira de mau gosto).Escreveu o juiz que (...) 'Este caso está longe de ter a gravidade com que, geralmente, se apresentam os casos de maus tratos no quadro da violência doméstica.
Por outro lado, a conduta do arguido ocorreu num contexto de adultério praticado pela assistente.
Ora, o adultério da mulher é um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem.
Sociedades existem em que a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte.
Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte.
Ainda não foi há muito tempo que a lei penal (Código Penal de 1886, artigo 372.º) punia com uma pena pouco mais que simbólica o homem que, achando sua mulher em adultério, nesse acto a matasse.
Com estas referências pretende-se, apenas, acentuar que o adultério da mulher é uma conduta que a sociedade sempre condenou e condena fortemente (e são as mulheres honestas as primeiras a estigmatizar as adúlteras) e por isso vê com alguma compreensão a violência exercida pelo homem traído, vexado e humilhado pela mulher.
Foi a deslealdade e a imoralidade sexual da assistente que fez o arguido X cair em profunda depressão e foi nesse estado depressivo e toldado pela revolta que praticou o acto de agressão, como bem se considerou na sentença recorrida' (...).
Muito já se disse e escreveu sobre este caso (e acho bem que este chorrilho de imbecilidades não caia no esquecimento ao fim de duas semanas), e não tenho muito mais a acrescentar ao que tem sido dito: é vergonhoso um juiz escrever este tipo de barbaridades, fazer juízos de valor e menções à Bíblia, legitimando a violência sobre as mulheres porque elas não foram meninas boas. Ponto.
Mas há um outro aspeto que não tem sido tão discutido e, parece-me, não pode nem deve passar despercebido: é que o acórdão em questão foi também assinado pela Juíza Desembargadora Maria Luísa Arantes, e das duas uma: ou a Sr.ª Dótora assinou ainda que discordasse do seu teor, o que não abona muito a favor do seu caráter nem do seu profissionalismo ou, então, a mulher concorda com as pérolas do Neto de Moura, o que ainda é pior.
Pensando bem, há ainda uma terceira opção, que explicaria muita coisa: será que estes juízes têm um caso e a senhora assinou de cruz com medo de levar na tromba?
Fica a dúvida no ar.
21 comentários:
Não há muito por comentar, apenas digo que enoja-me saber que existem pessoas assim :C
http://purflefox.blogspot.pt
Casos de pura podridão humana
Infelizmente é o mundo em que vivemos!!!
É muito triste!!
Beijinhos.
Cá para mim, acho que estamos muito perto do fim do mundo.
Já a minha avó dizia "no final dos tempos, vai-se ver de tudo".
E é com cada coisa que eu tenho visto nos últimos tempos... não faz sentido!
Beijinho d'
A Marta
https://amartaeumblog.blogspot.pt/
Para mim, isto resolvia-se muito bem da seguinte forma: era juntar os burlões, os juízes e os incendiários todos no mesmo barco. Depois punhamos a Madonna ao leme e era deixá-los ir todos. Com a dificuldade que a rapariga tem para encontrar casa, duvido um bom bocado que voltassem a achar terra firme onde pudessem continuar a ser atrasados mntais
Eu ia comentar, mas faço minhas as palavras do Lápis Roído
É triste e revelador de uma tremenda falta de noção... há muitos argumentos (como esse), há pouca sensibilidade, cada vez menos... o que faz compreender a verdade das coisas, não são as palavras, mas a sensibilidade, a atenção que damos... e hoje há uma tremenda confusão de conceitos, o amor é considerado tudo menos amor (posse, dependência, medo...), a liberdade não existe, o egoismo é considerado não em "eu quero que faças isto por mim", mas em "se não fazes isto por mim és egoísta"... o mundo está caótico, com pessoas mergulhadas numa imensa confusão, uns cristalizam as suas ideias, outros duvidam delas... e é melhor duvidar sempre para conseguirmos compreender esta vida... e tem que ser cada um, já ninguém nos pode dizer o que é certo ou não é, porque é com cada pérola...
Quando uma pessoa pensa que já não há mais nada que a surpreenda...
A última hipótese... não será de desconsiderar... :-))
Outra situação que não compreendo... como é que um incendiário reincidente, vai para casa... novamente perdoado... ouvi há pouco num telejornal...
Enfim!... Faço minhas as palavras da Lápis Roído!...
Beijinhos! Continuação de uma boa semana!
Ana
foi mesmo uma semana tristemente pródiga!
O nosso país vai assim...
Todos os dias temos casos em que percebemos que somos governados por pacóvios que nada fazem por mudar o que está mal! E quando o fazem é porque o povo já se mostrou demasiadamente indignado!
Ainda agora na tv, telemóveis, drogas, tv, nas prisões?! Mas, eles estão de férias ou a cumprir pena?
A sério são tantas as situações que não sairíamos mais daqui!
Realmente este mundo às vezes parece que anda mesmo ao contrário, percebo perfeitamente a tua revolta.
Another Lovely Blog!, http://letrad.blogspot.pt/
Que enorme tristeza ver o nosso mundo assim,compreendo bem a tua revolta,de qualquer maneira,acho que temos que aproveitar bem a nossa vida porque ela é demasiado curta,beijinhos e bom fim-de-semana para ti!!
Isto é um degredo total! Este palerma devia ser proibido de exercer funções!
Coco and Jeans by Marisa x My Instagram x My Bloglovin
É terrível ver que tem pessoas assim...
Bjim...
>>blog Usei Hoje<<
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O primeiro caso tinha-me passado completamente despercebido e é mesmo triste ver que há quem se aproveite dos outros, ainda mais, quando esses outros já passaram por tanto, exemplo máximo de falta de valores e mesquinhice humana!
O segundo é impossível não ter ouvido falar, e acho o máximo um juiz usar a bíblia como justificação de algo, ainda mais quando só usa o que lhe convém, porque no novo testamento a atitude de Jesus é de perdão! Se bem que eu estar a utilizar o antigo testamento vs novo testamento é uma parvoíce, estamos num estado laico, onde o poder judicial devia reger-se por leis e não por religião ou valores morais! E tal como tu, também reparei que a segunda pessoa a assinar era uma mulher, o que torna as coisas ainda piores. Ela como mulher não se sentiu insultada com aquela decisão? Não acha que é abrir um precedente perigoso para um crime hediondo? Das duas uma ou ela é daquelas que apanha em casa e ainda acha que a culpa é dela e pede desculpa ao marido por o ter irritado ou então anda mesmo enrolada com o colega.. quer dizer, pensado bem ainda há uma terceira opção que é ela ser uma atrasada mental gigante e isso leva-nos a questionar quem está nestes cargos! Enfim...
Cambada de oportunista é o que são esses gajos. Mas sabes o que penso? Infelizmente eles próprios também irão chegar a velhos e lhe farão o mesmo. Era tão bom e que eu cá estivesse para ver.
Quanto ao outro gajo o (juiz? ) tem na cabeça um bom par de cornos com toda a certeza.
E como disse a minha amiga Teresa, a pedra que ele tem na cabeça era atira lo ao mar. Mas mesmo assim eu ainda digo mais, era com a pedra na cabeça e uma corda atada ao pescoço com um rochedo, não fosse ele ainda conseguir fugir.
Beijinho bom sábado.
Só temos uma coisa a dizer: este país vai de mal a pior!!!
Vai-se a ver, e a Exma. Sra. Dra. Juíza é uma incompetente que nem lê o que assina! Ora bolas...este país está entregue aos bichos!
Jiji
Eu já nem sei bem o que pensar deste país...parece que o sol está a fazer mal a certas cabecinhas.
Gosto muito de Portugal mas situações como as que acima mencionas fazem-me sentir uma vergonha alheia...
Ainda há muito a mudar por cá, em especial mentalidades!
Beijinhos
https://theincompletediary.blogspot.pt/
Já na altura do grande incêndio de Pedrógão Grande houve quem se fosse aproveitar da desgraça alheia. Não dá para acreditar que exista quem seja capaz de tamanha maldade.
Quanto ao senhor dr. juiz... acho que já foi tudo dito. Deve ter sido encornado a vida toda e gostava de ter feito o mesmo que o anormal que ele não condenou.
https://blogdiariodeumafamilianormal.blogspot.pt
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